domingo, 2 de agosto de 2015

Fidel Castro: O Trotskismo instrumento vulgar do imperialismo e da reação.

Os imperialistas yanquis têm usado contra nós não só o bloqueio econômico, não só agressões armadas, não só nos ameaçaram mortalmente em determinadas circunstâncias, não só realizaram contra esse país todo tipo de sabotagem, espionagem, ataques piratas, mas o imperialismo norte americano tem utilizado contra nosso país armas mais sutis, como a propaganda e a calúnia. Não só isso, mas o imperialismo yanqui e seus agentes têm tratado de destruir o prestígio da revolução cubana à parte das lutas revolucionarias deste continente, e tem usado as maneiras mais vis e mais caluniosas para desacreditar a revolução. E se utilizam de todos os meios, de todos os jeitos, recorrem a todas as armas.
Desde cedo interessa aos imperialistas uma discussão específica destes problemas. Um irresponsável qualquer, um charlatão qualquer, um fantoche qualquer, não se importa de afirmar qualquer irresponsabilidade, qualquer calúnia. É bem sábio que só ao inimigo interessa de que forma se leva a cabo na prática essa palavra que se chama solidariedade, não só com os povos revolucionários deste continente, mas de todo o mundo.

Mas, o que houve? Há um ato que vou tomar como exemplo para demonstrar como trabalha o imperialismo e seus agentes, e que é um fato realmente interessante. Me refiro a campanha realizada pelo imperialismo yanqui e seus agentes em relação a partida de  nosso companheiro Ernesto Guevara.
Creio que este é um assunto que devemos “tomar pelos chifres” para esclarecer algumas coisas.

O companheiro Ernesto Guevara, alguns revolucionários deste país e alguns revolucionários fora deste país sabiam quando sairam, o que estavam fazendo nesse momento e, desde cedo, os imperialistas estavam muito interessados em saber, com todos os detalhes, onde estavam, o que faziam, como faziam e, no começo, pareciam não saber ou se sabiam, dissimularam muito.  Porém, é claro que estas são coisas que o tempo, quando as circunstâncias permitirem, possibilitará seu esclarecimento. Mas os revolucionários não necessitam desses esclarecimentos. É o inimigo que se aproveita dessas circunstâncias para tentar causar intriga, para tentar confundir e para tentar caluniar. O companheiro Guevara se uniu a nós quando estávamos exilados no México e sempre, desde o primeiro dia, teve a ideia claramente expressada de que quando a luta terminasse em Cuba, ele teria outros deveres a cumprir em outro lugar, e nós sempre lhe demos nossa palavra, de que nenhum interesse de estado, nenhum interesse nacional, nenhuma circunstância, haveria de nos fazer pedir que ficasse em nosso país, dificultando o cumprimento desse desejo ou dessa vocação. E nós cumprimos plena e fielmente essa promessa que fizemos ao companheiro Guevara.

Naturalmente, que se o companheiro Guevara ia sair do país, era lógico que fizesse clandestinamente, era lógico que se movesse clandestinamente, era lógico que não tivesse chamado jornalistas, é lógico que não tivesse dado conferência à imprensa, é lógico que dadas as tarefas que se propôs, devia fazê-lo da forma fez. E sem dificuldade, quanto proveito os imperialistas tentaram tiram dessas circunstâncias e tem tentado!

É por isso, que eu trouxe alguns papeis. Não se assustem pensando que vou ler todos os papeis que tenho aqui, apenas o que têm escrito todos os jornais imperialistas e burgueses com relação ao caso do Comandante Guevara, o que têm escrito os jornais dos Estados Unidos, suas revistas, suas agências de notícias, os jornais burgueses da América Latina e de todo o mundo. E vamos ver quem tem sido os principais porta-vozes da campanha imperialista de intriga e calunia contra Cuba com relação ao caso do companheiro Guevara. Em primeiro lugar, certos elementos que têm sido utilizado nas ultimas décadas de maneira constante contra o movimento revolucionário. E assim, vocês me dão um pouco de tempo, entre tantos dados, vou buscar um muito interessante. Ah! Encontrei! É de um canal da UPI, de 6 de Dezembro de 1965 que diz: “Ernesto Guevara foi assassinado pelo Primeiro Ministro cubano Fidel Castro, por ordem da URSS – declarou Felipe Albuaguante, chefe dos trotskistas mexicanos em declaração a El Universal. Acrescenta que o Che foi fuzilado por insistir em colocar Cuba na linha da China.” Isto, naturalmente, viria a tona com uma campanha que começaram a realizar os elementos trotskistas em todas as partes simultaneamente.

E assim, em 22 de Outubro, o semanário Marcha publicou um artigo de um conhecido teórico trotskista, Adolfo Guil, que afirma que Che saiu de Cuba devido a discordâncias com Fidel por um conflito chino-soviético e que Che não pôde impor sua opinião na direção. Disse que o Che, de forma confusa, propunha a extensão da revolução ao resto da América Latina, em oposição à linha soviética. Disse que a Direção Cubana estava dividida entre uma ala conservadora, que inclui os velhos dirigentes do PSP, os partidários de Che e Fidel e sua equipe em uma posição de oscilação centrista conciliadora. Disse que o Che saiu de Cuba por carecer de meios de se expressar e que Fidel temeu enfrentar as massas para explicar o caso de Che. Este mesmo teórico trotskista, em 31 de Outubro de 1965, em uma reportagem do Nuevo Mundo, um jornal italiano, escreveu um artigo qualificando a Direção Cubana de filosoviética e acusando Fidel de não haver explicado politicamente ao povo o ocorrido com Che. Disse que o comandante Guevara foi derrotado pelo PSP e a equipe castrista; critica o Che por não haver levado as massas a luta por impor suas teses e conclui que o Estado cubano, paralisado por sua própria política, não apoiou publicamente a revolução dominicana. E sobre isto, vou me referir um pouco mais adiante.

No número de Outubro de 1965, o jornal Batalla, dos trotskistas espanhóis, declara que o mistério que rodea o caso de Che Guevara deve ser esclarecido. Disse que amigos de Che supõem que a carta lida por Castro é falsa e se pergunta se a Direção cubana se orienta em uma submissão a burocracia do Kremlin.

Pela mesma época, aproximadamente, o órgão oficial trotskista da Argentina publica um artigo em que assegura que Che está morto e preso em Cuba. Disse que: “entrou em conflito com Fidel Castro pelo funcionamento dos sindicatos e a organização das milícias”. Acrescenta que, “Che se opunha a integração do CC com os favoritos de Castro, especialmente oficiais do exército, seguidores da ala direita de Moscou”.

Mas um dos escritos mais sujos, mais grosseiros e mais indecentes é o que escreveu o dirigente do Escritório Político Latino-americano da Quarta Internacional no jornal Lucha Operária, da Itália. Sobre esse artigo, de fato comprido, só vou ler três parágrafos.

Começa dizendo: “Um aspecto da intensificação da crise mundial da burocracia é a expulsão de Guevara. Guevara foi expulso agora, não fazendo oito meses à duração da discussão com Guevara, e não foram oito meses que passaram bebendo café. Lutaram duramente e talvez tenha havido mortos, talvez se tenha discutido a golpes de pistola. Não podemos dizer se mataram ou não Guevara, mas existe o direito de supor que tenham matado.

Por que Guevara não aparece? Não é apresentado em Havana pelo temor das consequências, a reação da população, mas certamente ao esconde-lo produzem o mesmo efeito. A população diz: por que Guevara não sai, não aparece?

Não há nenhuma acusação política, existem elogios políticos relacionado a ele. Por que não apresentaram Guevara? Porque não falaram? Como é possível que um dos fundadores do Estado proletário cubano, que até pouco tempo corria o mundo em nome do Estado proletário, inesperadamente diga: me aborreci da Revolução Cubana, vou fazer a revolução em outra parte? Por outro lado, não dizem onde foi e não é apresentado. Todo o povo cubano compreende que há uma luta enorme e que essa luta não acabou. Guevara não estava só e nem está só. Se tomam estas medidas contra Guevara, é porque existe uma grande preferência, muito grande, de estar do seu lado. E além dessa preferência muito grande, há uma enorme preocupação do povo.

    Há pouco tempo, o governo cubano publicou um decreto bastante severo: é necessário restituir todas as armas ao Estado. Naquele momento, a questão era um pouco confusa, agora está claro que fim tinha essa resolução: era contra a preferência de Guevara, temiam um levantamento”.

Outro parágrafo: “Por que silenciaram Guevara? A quarta internacional deve levar adiante uma campanha publica nesse sentido, exigindo a aparição de Guevara, o direito de Guevara de defender-se e discutir, fazer apelações as massas, a não confiar nas medidas tomadas pelo governo cubano, porque são medidas burocráticas e talvez de assassinos. Eliminaram Guevara para calar sua luta, fizeram calar Guevara. Não obstante que sua posição não fosse coerente desde o ponto de vista revolucionário, porque tendia a adequação de suas posições em sua tendência revolucionária”. E mais adiante diz: “Isso demonstra, não o poder de Guevara ou de um grupo guevarista em Cuba, senão a maturidade das condições do resto dos estados proletários para que em breve, estas posições frutifiquem. A burocracia não engana com manobras e medidas desse gênero. A eliminação de Guevara significa para a burocracia, a tentativa de eliminar uma base de possível reagrupamento de tendência revolucionário que continuaria o desenvolvimento da revolução mundial. Esta é a base da liquidação de Guevara, e não só pelo perigo que representa a Cuba, senão porque inclui o resto da revolução latino-americana. “Ao lado de Cuba está a Guatemala com o programa da revolução socialista e, embora sua força e os discursos de seu líder máximo Fidel Castro, não impediram que o movimento “13 de Novembro” se torna-se um movimento revolucionário e que luta diretamente pelo socialismo”.

    Não é absolutamente acidental, nem muito menos, que este senhor, dirigente da Quarta Internacional, mencione aqui muito orgulhoso o caso da Guatemala e do movimento “13 de Novembro”, porque precisamente com relação a este movimento, o imperialismo yanque tem usado uma das táticas mais sutis para liquidar o movimento revolucionário, que foi escolhido pelos agentes da Quarta Internacional que por ignorância, por ignorância política do dirigente principal desse movimento, não fizeram adotar nada nada menos que essa coisa desacreditada, essa coisa anti-histórica, essa coisa fraudulenta, que emana de elementos tão comprovadamente a serviço do imperialismo yanque, como é o programa da Quarta Internacional.

    Como aconteceu isso? Yong Sosa era, sem duvida, um oficial patriótico; Yong Sosa encabeçava o movimento de um grupo de oficiais do exército - em cujo destacamento por certo participaram os mercenários que depois invadiram Giron - e através de um senhor que era comerciante, que se encarregou da parte política do movimento, a Quarta Internacional arrumou tudo para que esse dirigente, ignorante dos problemas profundos da política e da história do pensamento revolucionário permitisse que esse agente do trotskismo - a respeito do qual nós não temos a menor duvida que é um agente do imperialismo - que se encarregou de redigir um jornal no qual copiava “de cabo a rabo” o programa da Quarta Internacional.

    O que a Quarta Internacional cometeu com isso foi um verdadeiro crime contra o movimento revolucionário, para isolá-lo do resto do povo, para isolá-lo das massas, ao contagiá-lo com as insensatez, o descrédito e a coisa repugnante e nauseante que hoje é o campo da política do trotskismo. Porque se em um dado tempo o trotskismo representou uma posição errada, mas uma posição dentro do campo das ideias políticas, o trotskismo passou a converter-se nos anos seguintes em um vulgar instrumento do imperialismo e da reação.

    De tal maneira pensam esses senhores que, por exemplo, com relação ao Vietnam o Sul, onde uma grande frente revolucionária uniu a imensa maioria da população, a diversos setores da população, os uniu estreitamente ao redor do movimento de libertação e da luta conta o imperialismo, para os trotskistas, isso é um absurdo, isso é contrarrevolucionário, e esses senhores chegam a ousadia, frente aos fatos e as realidades da história e do movimento revolucionário, a expressar-se dessa forma.

    Felizmente, na Guatemala o movimento revolucionário foi salvo. E foi salvo graças a clara visão de um dos oficiais que junto com Sosa havia iniciado o movimento revolucionário, e compreendendo aquela insensatez, aquela estupidez, se separa do Movimento “13 de Novembro” e com outros setores progressistas e revolucionários organiza as Força Armadas Revolucionárias da Guatemala. E esse jovem oficial que teve tão clara visão da situação é quem representa o movimento revolucionário da Guatemala nesta Conferência, o comandante Turcios. O comandante Turcios tem seu mérito não só por ser um dos defensores da luta armada pela libertação de seu povo oprimido, mas também o mérito de ter salvado o movimento revolucionário guatemalteco de uma das estratégias mais sutis e desleais do imperialismo yanque, e levantar as bandeiras revolucionárias da Guatemala, e de seu movimento anti-imperialista, resgatando-a das mãos sujas destes mercenários a serviço do imperialismo yanque.

    E temos a esperança em relação Yong Sosa, cujas intenções patrióticas ao iniciar a luta ninguém duvida, e cuja condição de homem honrado ninguém duvida - Há vezes que sim, temos muitas sérias razões para duvidar sua atitude como dirigente revolucionário da Guatemala, e desta vez sob outra direção sob outro guia, que demonstrou, em momentos como este, claridade de visão e atitude de dirigente revolucionário.

    Esta posição dos trotskistas é a mesma que adotaram todos os jornais e agencias publicitárias do imperialismo yanque, a mesma com relação ao caso do companheiro Ernesto Guevara, a imprensa imperialista dos Estados Unidos, suas agências de notícias, a imprensa dos contrarrevolucionários cubanos, a imprensa burguesa no continente e no resto do mundo. Isto significa, que essa campanha de calunia e de intriga contra a Cuba Revolucionária em relação ao caso do companheiro Guevara coincide de uma maneira exata com todos os setores reacionários imperialistas, burgueses, com todos os caluniadores e intrigantes contra a Revolução Cubana.

    Porque é inquestionável que só a reação e só ao imperialismo pode interessar desacreditar a Revolução Cubana, destruir a confiança dos movimentos revolucionários na Revolução Cubana, destruir a confiança dos povos da América Latina na Revolução Cubana, destruir sua fé. E por isso, não vacilaram no uso das armas mais sujas e mais indecentes.

O mesmo senhor Guil, que de vez em quando posa entre outros intelectuais norte-americanos na revista Monthly Review, dos Estados Unidos, teve a vilania de escrever o seguinte paragrafo, que vale a pena analisar em relação à  crise de San Domingo. Disse assim: “Um ponto culminante dessa crise foi a Revolução Dominicana, onde o Estado proletário cubano ficou paralisado por sua própria política, sem apoiar abertamente a revolução, enquanto em Cuba havia uma imensa pressão interior para uma política de apoio ativo. Se a crise era muito anterior a San Domingo, indubitavelmente San Domingo precipitou a Revolução”. Este senhor tem a vilania de acusar a Revolução Cubana de não ter dado apoio ativo a Revolução Dominicana. E enquanto os imperialistas acusam Cuba; enquanto os imperialistas tratavam de justificar sua intervenção dizendo que elementos esquerdistas e comunistas, treinados em Cuba, estavam lá à frente do levantamento; enquanto o imperialismo acusava Cuba e apresentava a Revolução Dominicana não como um problema interno, mas como um problema externo, este senhor acusa a revolução de não ter dado um apoio ativo.

    E o que se entende por apoio ativo? Acaso se pretendia que Cuba, cujas armas, cujos recursos se sabe quais são as características, podia impedir e devia impedir o desembargo das tropas norte americanas em San Domingo? Tem Cuba armas para defender a si mesma e em uma relação infinitamente inferior aos imperialistas, armas defensivas. E são tão miseráveis esses senhores, tão desavergonhados, que tentam responsabilizar Cuba de não haver impedido...Porque que o quer dizer apoio ativo? Porque tudo quanto Cuba podia fazer dentro daquelas circunstâncias, tudo quanto Cuba podia fazer e devia fazer, ela fez. E pedir a Cuba para impedir o desembarque é como pedir ao Camboja, no sudeste da Ásia, que impeça os bombardeios ao Vietnam do Norte e que impeça a ocupação pela infantaria da marinha yanque, do Vietnam do Sul. Desgraçadamente, as forças de Cuba são limitadas. Mas na medida dessas forças, e da melhor maneira possível, e de forma determinada, no momento mais adequado as circunstâncias, presta e prestará a Revolução seu maior apoio.

    A aqueles que creem que esse país tem medo dos imperialistas, a aqueles que creem -com espírito de superioridade ou com insolente delírio de superioridade- que esse país teme os imperialistas, bem lhes faria ter vivido uma hora neste país, quando a Crise de Outubro e quando pela primeira vez um povo pequeno como este foi ameaçado com um bombardeio de misseis nucleares em seu território, a atitude que teve este povo, e a atitude que teve o Governo Revolucionário.

    Muitas tolices e muitas bobagens se escrevem e, sobretudo, se escrevem pelos irresponsáveis, quando certos documentos não podem ser revelados. Mas algum dia a humanidade saberá e algum dia a humanidade conhecerá todos os fatos. Será esse dia, quando os miseráveis verão que não houve nenhum companheiro Guevara assassinado, quando se conheça igualmente qual foi a posição de Cuba naqueles dias difíceis e qual foi a serenidade deste povo.

    Valor que se demonstra do fato de sua conduta. Não obstante ser esse um país a noventa milhas da metrópole imperialista, sobre cujas cabeças no futuro pesarão enormes perigos na mesma medida que cresça o movimento revolucionário. Movimento revolucionário que sobretudo a partir do exemplo da Revolução Cubana; movimento revolucionário que cresce, que engrandece, pelo exemplo de Cuba, pelas vitórias de Cuba, pela posição de Cuba frente ao inimigo.

    E deve se ter em conta que quando esse país desafia esse perigo, não é um país que possui milhões de homens em armas, não é um país que possui armas termonucleares, porque aqui nossos foguetes são morais; e o número de milhões não é infinito, o número de homens não é infinito, mas a dignidade e postura desse povo é.

    E vão ser os anos vindouros que falarão por nós, e serão os anos vindouros que se encarregarão de esmagar os caluniadores; e não esses, que são agentes conhecidos do imperialismo, mas aos que causam confusão, que causam intrigas, a quem se deixa intrigar e servem de instrumento das mentiras contra nossa revolução.


Fidel Castro, trecho do discurso de finalização da Primeira Conferência de Solidariedade com os Povos de África,
Ásia e América Latina, pronunciado em 15 de Janeiro de 1966, no Teatro "Chaplin" de Havana, Cuba.
Cuba socialista, No 54 de Fevereiro de 1966, pág 88-97.

Traduzido por Fuzil contra Fuzil

Nenhum comentário:

Postar um comentário